Fé ajuda a superar a dor do luto
Crer num ser superior e contar com um grupo de apoio são fatores importantes para quem enfrenta a perda de algo ou alguém significativo na vida
Rosana Rodrigues passou o dia do seu aniversário orando e jejuando. A finalidade era pedir a Deus para reencontrar o filho mais novo, de 21 anos, que estava desaparecido há uma semana. A família passara os últimos dias procurando por notícias dele, chegou a comunicar o sumiço à polícia, mas ainda não tinha pistas.
Naquele mesmo dia, à noite, Rosana soube que o filho havia sido assassinado na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, e soube também que não receberia o corpo para sepultar.
Cinco meses se passaram, e hoje a mãe enlutada encontra na fé a coragem que precisa para enfrentar a dor. Rosana lê a Bíblia todos os dias e quando percebe que está ficando abatida, trata logo de pegar o celular para ouvir músicas cristãs. “A fé é o que me mantém firme. Se eu não acreditasse em Deus e na volta de Jesus, não estaria em pé”, assegura.
Falar sobre a morte de alguém querido é um tabu para 73% brasileiros, mas, especialistas em saúde mental afirmam que conversar sobre o assunto é uma das maneiras de aliviar a dor
Encontrar forças para criar os três filhos após perder o marido
Também foi através da fé que a secretária Sueli Soares, de Belo Horizonte (MG), encontrou coragem para seguir adiante após perder o esposo, em 2002, vítima de linfoma. Ela ficou com a responsabilidade de criar os filhos sozinha, na época dois adolescentes e uma criança com um ano e meio.
“Lidar com a morte é uma experiência extrema para o ser humano porque ela causa angústia, causa dor e trouxe para mim uma incerteza muito grande. Mas a fé é algo inexplicável porque traz paz e tranquilidade mesmo quando a gente enfrenta a morte”, assegura Sueli, que atualmente busca encorajar outras pessoas com sua história.
Assista ao vídeo com a história de Sueli:
Crer em um ser superior e contar com um grupo de apoio, como a igreja, são fatores importantes para quem está vivendo o luto, conforme explica a psicóloga Marta Gomes, uma vez que neste momento difícil normalmente a pessoa se sente só e desamparada.
“Ter a crença em um ser superior que ela sabe que pode confiar e que tem o poder de sarar suas feridas é fundamental. Orar, conversar, chorar e derramar sua angústia traz um alivio ao coração. Ir à igreja, fazer parte de um grupo, pedir oração intercessora vai ajudar em muito passar por este vale de dor e tristeza”, explica Marta.
Atenção aos sinais do luto
Marta também afirma que o luto é necessário por ser um período em que a pessoa tenta se recuperar emocionalmente diante da perda de algo ou alguém significativo na vida. “Ele [o luto] também apresenta suas fases quando vivenciado. Primeiro, nega-se a perda, depois a pessoa entra em choque, depois vem a tristeza profunda e, por ultimo, a aceitação”, explica.
Algumas atitudes podem ser colocadas em prática para aliviar a dor: lamentar a perda, falar sobre o pesar, extravasar os sentimentos através do choro e da palavra com pessoas amigas, fazer exercícios físicos, estar ao ar livre, participar de grupos de apoio, ler e orar. “O luto deve ser vivido e não negado”, pontua Marta.
Mas é preciso estar atento se os sinais persistirem. “Se depois de um tempo, em média um ano, a pessoa sentir que seu quadro de luto não melhora, deve procurar ajuda profissional”, recomenda a psicóloga.
Fonte: noticias.adventistas.org
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