Descanso em Cristo
Este tópico contém 6 respostas, possui 1 voz e foi atualizado pela última vez por Agência T7 3 anos, 8 meses atrás.
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1 de julho de 2021 às 08:00 #17066
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2 de julho de 2021 às 08:00 #17077Lição 1: Vivendo em uma sociedade que não para
Sábado: Vivendo em uma sociedade que não para
A autora da lição quando escreveu a introdução do estudo deste trimestre, há mais ou menos cinco anos, não imagina que o mundo seria açoitado por uma pandemia que elevaria os índices de depressão da humanidade a um patamar, o dobro do que ela estava presenciando naquele tempo. Disse ela que a sociedade estava inquieta e tomada de incerteza quanto ao futuro. E enfatizou: “há uma preocupação crescente entre os profissionais de saúde mental quanto aos números cada vez maior de pessoas deprimidas” (Ver Lição do Professor, p. 14).
Ela afirma existir em seu tempo, mais de 30 milhões de pessoas deprimidas no mundo e que as mortes causadas por depressão, ultrapassaria as causadas por doenças cardíacas. Esse quadro que há dois anos já era preocupante se agravou com a pandemia. Um estudo feito pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) apontou que os casos de depressão praticamente dobraram desde o início da pandemia. Os dados coletados indicam que, com a pandemia, o percentual de pessoas com depressão saltou de 4,2% para 8,0%, enquanto para os quadros de ansiedade o índice foi de 8,7% para 14,9%.
Não há dúvida de que Deus, em Sua onisciência, ao ter conhecimento do mal que atingiria o nosso planeta, orientou os responsáveis pela lição da escola sabatina a abordar o assunto deste trimestre: “Descanso em Cristo”. Creio que nunca esse estudo foi tão oportuno como agora. Há poucos dias eu conversava com um cunhado que tem uma filha de dezesseis anos. “No ano passado”, disse ele, “ela teve que fazer terapia, pois as condições de quarentena estavam deixando-a deprimida”.
Antes, os casos de ansiedade eram provocados por excesso de atividade, mas agora é o contrário, a prisão domiciliar e a incerteza quanto ao futuro está mexendo com a psique de muita gente, e pior, atingindo mais os profissionais da saúde que estão trabalhando acima do limite de suas forças. Como encontrar descanso em meio a tanta agitação? “Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11:29).
Domingo: Exaustos e cansados
Deus deu o sábado para descanso antes do pecado e antes que o homem tivesse trabalhado. Se o sábado era necessário antes do pecado imaginemos a sua importância depois do pecado quando “no suor do teu rosto, comerás o teu pão” (Gênesis 3:19). Depois do pecado veio o trabalho pesado, o cansaço e o desgaste físico. Às vezes começo a imaginar como era o sábado antes do pecado, e chego a conclusão que só terei essa clareza de como era quando estivermos no Éden restaurado.
Quando eu era criança, morava há sessenta quilômetros de Uberlândia. De Monte Alegre lá eram três horas em cima de cargas de caminhão. Hoje, o trajeto é feito em quarenta e cinco minutos em ônibus confortáveis e com ar-condicionado. Naquela época não existia avião a jato e, o carro de boi, era o melhor meio de transporte. Ainda me lembro do primeiro taxi que usei na vida. Era um fordinho 29 que papai fretou para nos levar a um congresso de jovens em Canápolis. Naquela época não tinha leis trabalhistas e as pessoas trabalhavam de Sol a Sol sem férias programadas.
Hoje tudo diferente. Eficientes meios de transporte nos levam rapidamente em qualquer parte do mundo em questão de horas. Temos computadores, internet, celulares, energia elétrica, automatização de muito trabalho manual e justamente agora é que o homem está brigando com o relógio e se estressando para chegar a tempo em seus compromissos. O ritmo de trabalho cada dia se torna mais desgastante e o trânsito em muitas cidades se tornou um entrave sem solução. Costumo dizer que o homem corre, corre e a ninguém socorre. Os dias são estafantes e as semanas pequenas demais para o muito que se tem para fazer. E em meio a essa correia desenfreada que Deus nos dá um recado: “Lembra-te do sábado para santificar”. Quão diferente seria o mundo se o homem atentasse para este conselho. Com certeza teríamos melhor qualidade de vida, menos hospitais e uma longevidade gratificante.
Segunda-feira: Falta de ânimo
A história apresenta Baruque como um homem culto e de origem nobre, que nos dias do cativeiro babilônico viveu ao lado de Jeremias, apoiando o seu ministério profético. Há momentos difíceis nos quais parece que estamos atravessando um vale escuro e sem perspectivas de um novo alvorecer. O estudo de hoje fala de um escriba, auxiliar de Jeremias, que estava atravessando um desses momentos difíceis. Não sabemos por quanto tempo Baruque esteve ao lado de Jeremias, mas sabemos um pouco das agonias que ele experimentou. Com certeza, em muitos momentos ele viu Jeremias chorar e, provavelmente tenha chorado com ele.
Baruque escreveu as advertências de Deus a Judá e Israel, recebidas por Jeremias, a se submeterem ao jugo de Babilônia e testemunhou a repulsa dos líderes do povo que os consideraram como inimigos. Foram presos, maltratados e condenados à morte, mas Deus os livrou da pena capital. Baruque presenciou o rei queimar o livro contendo as advertências de como os judeus deveriam se portar diante da tomada de Jerusalém pelos exércitos de Babilônia. Após a invasão os pobres que permaneceram em Jerusalém exigiram que descessem para o Egito. Jeremias advertiu de que essa não era a vontade de Deus. Eles desobedeceram. Foram para o Egito e obrigaram a Jeremias e Baruque a descerem com eles. Depois de destruir Jerusalém, Babilônia invadiu o Egito e aconteceu o que Jeremias havia predito.
Diante de tantos dissabores, Baruque se desanimou ao ponto de considerar inútil todo o trabalho profético de Jeremias. Disse ele: “Ai de mim agora, porque me acrescentou o Senhor tristeza à minha dor!” E Deus faz uma pergunta intrigante: “E procuras tu grandezas?” Enquanto milhares morriam vítimas dos exércitos invasores, Deus poupou Jeremias e Baruque e mostrou para os dois que o Céu estava sofrendo com o Seu povo.
Terça-feira: Definição de descanso no Antigo Testamento
Deus criou o homem para trabalhar, como afirma Elifaz, o amigo de Jó: “Mas o homem nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar” (Jó 5:7). Na minha adolescência tínhamos fogão caipira em casa e nas lavouras que papai fazia. Quantas vezes tive que manusear os tições para avivar o gogo! Nestas ocasiões um grande número de faíscas se levantava e, por alguns instantes iluminavam a cozinha. Elas erguiam automaticamente e são próprias do momento. Assim via Elifaz o homem. Um ser que nasce pronto para o trabalho.
Todo ser vivo se cansa de suas atividades rotineira, seja o homem ou o animal. Deus. Deus viu isso antes de criar o homem e já proveu um espaço de tempo para o descanso. Neste espaço de tempo que se chama sábado, deve descansar não só os homes, mas também os seus animais. O mandamento é claro: “Não farras nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, ne o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas.
A própria Terra, a cada seis anos descansava dos lavores do homem e cada cinquenta anos era um descanso mais completo com perdão de dívidas e restituição de propriedades adquiridas com o resgate de dívidas. A vida do homem está tão ligada ao trabalho que ao morrer, a Bíblia afirma que vai descansar com os seus pais. O descanso, físico e mental é algo necessário para a longevidade da vida.
Quarta-feira: Descanso no Novo Testamento
O descanso é tão importante para o ser humano, que Deus que “não Se cansa e nem Se fadiga” descansou para os dar exemplo e Jesus levou bastante a sério a importância do descaso para os Seus discípulos. “Vinde a um lugar à parte e repousai um pouco” ordenou o Mestre fazendo sessar o frenesi evangelístico em que eles estavam envolvidos.
Jesus não Se preocupou apenas com o descanso físico de Seus filhos. Ele viu que a necessidade do descanso espiritual era, quem sabe o mais necessário. Ele viu milhares curvados sob o peso de seus pecados e preocupações e fez um convite extensivo a toda a humanidade de todos os tempos: “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). E em Mateus 11:30 Ele acrescenta: “Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Em meio a correia e agitação do mundo na qual estamos inseridos Paulo afirma que, para nós os que no momento descansamos em Cristo ainda “resta um repouso para o povo de Deus”. Mesmo com o repouso físico e espiritual oferecidos por Cristo, resta para o filho fiel o descanso do eterno sábado.
Jesus é a nossa âncora que nos proporciona o verdadeiro descanso na medida em que necessitamos. Durante todo o trimestre vamos estudar o descanso que Jesus nos proporciona com a promessa de que se ouvirmos os Seus conselhos será a nossa paz como um rio. (Isaías 48:18).
Quinta-feira: Fugitivo e errante pela terra
Quando leio a história de Caim me vem a mente a história de um Senhor que conheci aos dez anos de idade. Morávamos no município de Monte Alegre de Minas, na margem da estrada que liga Uberlândia em Minas à Itumbiara em Goiás. Era comum passar por ali andarilhos que pediam água, comida e, às vezes, até pousada. Foi em uma dessas situações que um senhor se aproximou da cerca e pediu um copo de água. Papai o chamou para dentro de casa e o convidou para sentar-se. Em uma rápida conversa papai o convidou para ficar conosco e arrumou trabalho para ele. Ficou conosco por dois anos e era como alguém de nossa casa.
O senhor Severino, era o seu nome, contou a sua história. A sua família morava em Belo Horizonte e ele saiu de casa com o propósito de deixar a bebida. Dizia ter vergonha de estar bêbado diante de sua família, segundo Ele, “pessoas respeitáveis e honestas”. Severino era analfabeto e, com frequência, pedia para o meu pai escrever uma carta para a sua esposa. Depois que ele foi embora nunca mais tivemos notícias.
Embora alcoólatra, Severino era um homem honesto. Não se sentia bem-estar bêbado junto de uma família sóbria e honrada e saiu, à semelhança de Caim, errante pelo mundo. Diante do grave pecado cometido Caim se sentiu envergonhado de estar junto com os seus pais e saiu a vagar pelo mundo. Imagino que jamais ele teve descanso emocional. Agora além do peso do pecado cometido, amargava a saudade de tudo que ficou para trás.
Severino disse que jamais imaginava ser acolhido por alguém. Pensava que seria sempre a escória da sociedade. Disse que a atitude de meu pai marcou para sempre a sua vida. Com tudo o que Caim fez, Deus continuou amando Caim, tanto é que colocou uma marca nele pera que não fosse agredido e morto. O Senhor espera que a igreja acolha os desvalidos e marcados pelo pecado e lhes ofereça o Verdadeiro descanso, Jesus.
Sexta-feira: Estudo adicional
Lembro-me de uma historiazinha muito conhecida em minha juventude. Um elefantinho representava uma rede de supermercados, uma distribuidora de gasolina e uma marca de extrato de tomate. Certa vez, ele chegou tarde e cansado em casa e a esposa perguntou: “Por que você está tão estafado?” E ele respondeu: “Não aguento mais essa jornada tripla. De manhã na Industria, à tarde no posto de gasolina e a noite no supermercado”. Fazem algumas dezenas de anos que essa historiazinha surgiu. Mas hoje parece que todos nós somos aquele elefantinho.
Todo mundo está correndo atrás de tantas coisas e falta tempo para aquele descanso tão sonhado, mas na realidade tão distante. Gosto do hino: “Ó Mestre, o mar se revolta”. Hoje parece que o mar mais revolto que existe é o ser humano. Ele corre, vai e volta, se debate, espuma e esbraveja. Mas, semelhante ao mar continua no mesmo lugar. Para esses corações inquietos e cansados vem o convite do Mestre: “E Ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo para comer” (Marcos 6:31). O curioso é que Jesus nos convida a repousarmos junto com Ele. Ele é o porto seguro onde encontramos descanso completo.
Muitos estão indo para o sepulcro antes do tempo porque estão no frenético ir e vir e não dispõem de tempo para estar com Cristo e de se alimentar de Sua palavra. Chega de andar errante por aí. Tiremos um tempo de qualidade para estarmos com Aquele que nos oferece descanso e paz.
9 de julho de 2021 às 08:00 #17079Lição 2: Inquietos e rebeldes
Sábado: Inquietos e rebeldes
O comentário da lição do professor traz uma afirmação preciosa para nós. Falando da rebelião dos israelitas no deserto, depois de estarem enfastiados com o maná, diz o texto: “Insatisfeitos, reclamaram com Moisés e imploraram pelas panelas de carne do Egito”. Eles estavam recebendo o melhor pão do mundo, mas estavam insatisfeitos com o Maná e aquele pão que antes era considerado uma bênção, era agora “um pão vil”.
Eles estavam dispostos a voltarem para o Egito e, novamente, se submeterem a escravidão para desfrutarem das panelas cheias de carnes. Passaram a ter saudades dos peixes e temperos que deixaram no Egito. Estavam longe dos alhos e das cebolas de lá. Os escritores da lição afirmam que a inquietação provocou a rebeldia e a rebeldia provocou mais inquietação.
A rebeldia e a inquietação levam as pessoas a tomarem decisões precipitadas como aconteceu com os israelitas. Revoltados exigiam que Moisés resolvesse a situação. Imaginemos a angústia de Moisés diante de seiscentos mil homens revoltados. Deus proveu carne, mas o resultado da rebeldia foi trágico.
A introdução do estudo desta semana nos admoesta que, ao vermos os deslizes do povo de Deus no passado tiremos lições para não repetirmos a mesma conduta. Hoje é difícil as pessoas se contentarem com aquilo que tem. O desejo de ter mais e o consumismo facilmente nos coloca em uma situação de inquietude e às vezes até mesmo de rebeldia. Atentemos para o conselho de Paulo: “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (1 Timóteo 6:8).
Domingo: Inquietos em um deserto
“Quem nos dará carne a comer?” Perguntaram os impacientes israelitas. Eles estavam enfastiados do Maná que apelidaram de “Pão vil”. Queriam carne em meio do deserto e julgavam esse pedido impossível de ser atendido. Deus estava oferecendo o melhor para eles, mas a insatisfação generalizou.
Moisés e os demais líderes realmente nada poiam fazer, mas o povo se esqueceu do Grande líder que, com mão forte os tiraram do Egito e abriu o mar Vermelho. Esse Deus não gostou da atitude rebelde de Seu povo. Ele proveu carne, mas veio os Seus juízos e o povo foi dizimado por uma praga. E séculos depois o Senhor exclamou. “Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não tem conhecido os meus caminhos” (Salmos 95:10).
O casal de autores da lição comenta que o desejo de Israel não era comer carne, mas sim, existia um problema mais profundo que era uma rebelião contra a liderança divina. E nos alerta que quando ela se instá-la em nosso ser a inquietude aflora e a rebelião é uma consequência lógica. É comum pessoas que entram nesse processo de rebelião começar a criticar a liderança da igreja ou mesmo alguns dos irmãos. Para os israelitas Deus tornou-Se culpado de tê-los afastado das panelas de carne do Egito e como não poderiam fisicamente atingir este Deus, eles se rebelaram contra o seu servo Moisés. Ele correu um sério rico de ser apedrejado.
Sempre me lembro com saudades da igreja que conheci aos cinco anos de idade. Parece que existia mais amor, mais união e mais fervor cristão. Mas se eu faço parte da igreja de hoje, o problema está comigo e não com a igreja.
Segunda-feira: É contagioso
A situação tornou-se muito grave no acampamento. Moisés ficou sozinho e os seus irmãos Arão e Miriam que deveriam apoiá-lo se tornaram os seus maiores acusadores. Chegaram ao ponto de afirmarem que Deus não falaria apenas com Moisés, mas poderia usá-los também. Aqui temos dois pontos a considerar. O primeiro é que o queixume e o descontentamento são altamente contagiosos. Uma pessoa descontente com alguma coisa vai desabafar com outra que estiver por perto e a tendência é esta segunda pessoa apoiar a primeira e aí a coisa generaliza.
O segundo ponto é que quem se torna um crítico geralmente se sente mais bem capacitado do que o seu líder. Mas só o fato de ser um crítico convencido já o descredencia para qualquer liderança. Não podemos aqui generalizar. A crítica tem o seu lugar e, se torna benéfica quando feita sem qualquer resquício de egocentrismo.
Arão não era uma pessoa qualquer. Além de ser irmão de Moisés e ter participado de toda a sequência de pragas que acometeram aos egípcios, ele era o sumo sacerdote exercendo uma atividade específica. Ele era o intercessor do povo junto a Deus. E foi justamente esta pessoa que fermentou a crítica e quase provocou um caos na nação eleita. Deus agiu rápido e mostrou claramente o Seu descontentamento ferindo Miriã de lepra. Ao ver a sua irmã sendo retirada para fora do arraial por estar leprosa, Arão se arrependeu e pediu que Moisés intercedesse em favor de Miriã.
Ao ferir Miriã de lepra Deus estava dizendo que o pecado da crítica é tão grave e contagioso como a lepra e só traz infelicidade para quem se habitua a ele.
Terça-feira: Inquietação leva à rebelião
A situação pior estava para vir. O povo estava a poucos passos de entrar na terra prometida. Moisés escolhe doze homens, um de cada tribo, e os envia para inspecionar a futura pátria. Parecia que em breve estariam a salvo do calor escaldante do deserto. Encerraria a sua longa jornada. Mas ledo engano. Dos doze espias, dez trouxeram um relatório pessimista sobre Canaã e o descontentamento generalizou rapidamente entre o povo. Eles estavam inquietos e apreensivos e segundo os autores da lição a inquietação do povo minou a sua fé e foi graças à intervenção divina que Calebe e Josué não foram apedrejados.
Naquele momento Deus Se propôs a exterminar com todo o povo. Disse o Senhor: “Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei, e farei de ti povo maior e mais forte do que este” (Números 14:12). Graças a intercessão de Moisés o povo não foi exterminado, mas aos rebeldes e promotores de inquietação e crítica não foi permitida a entrada em Canaã. Tiveram que retornar para o deserto, numa viagem penosa e longa e só depois que todos os rebeldes morreram é que Deus introduziu a nova geração terra prometida.
Estes foram exemplos claros de que a crítica e o descontentamento podem nos impedir de entrarmos na terra que nos espera.
Quarta-feira: Intercessor
Moisés acabava de enfrentar um momento tumultuado. Uma rebelião sem precedentes acabava de ser apaziguada e Deus Se propôs a destruir todo aquele povo e fazer dos descendentes de Moisés o Seu povo especial. Para qualquer um de nós a promessa era alvissareira, Mas Moisés recusa terminantemente a proposta divina e prefere, se for o caso, morrer com o povo.
Moisés arrisca tudo para que a vida do povo fosse poupada. O mais impressionante desta história é que Moisés não tinha garantias nenhuma se depois de terem a vida poupada se os israelitas não se levantariam mais uma vez contra ele. Moisés intercedeu por um povo que poderia provocar uma nova rebelião e ele estaria correndo risco de morte.
Moises ignorou o que de pior poderia acontecer e intercedeu por um povo condenado à morte pelo Juiz celestial. O patriarca queria estar junto com o Seu povo independente das circunstâncias. É fácil intercedermos por pessoas que amamos, ou que pelo menos não nos ofendeu. Mas interceder praticamente por inimigos rivais é algo realmente sublime.
O patriarca insiste com Deus e ao pronunciar mais uma vez a palavra “perdoa”, Deus Se condoeu do grande líder e ouviu a sua oração. Creio que Moisés foi tomado de uma alegria indescritível ao ver o seu povo perdoado. Ele deu um exemplo de verdadeiro cristianismo.
Quinta-feira: Fé versus presunção
O dicionário assim define presunção: “Opinião excessivamente boa acerca de si mesmo; demonstração dessa opinião em público; altivez, arrogância”. Mas quando falamos de fé, creio que a melhor definição está na Bíblia: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem” (Hebreus 11:1).
Enquanto a presunção leva a pessoa a agir com a certeza de que as suas convicções estão corretas a fé leva a pessoa a agir como vendo o invisível. Por inúmeras vezes o povo de Israel agiu levados pela presunção. Quantas vezes Deus refez a Sua aliança com o Seu povo e a promessa de fidelidade a Deus era a tônica de cada indivíduo. Imaginavam que por si mesmos seriam obedientes aos reclamos divinos. Mas os resultados foram desastrosos.
Agir pela fé foi a máxima dos heróis do passado. No pior momento da vida de Jó ele demonstrou uma fé inabalável de que: “E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus” (Jó 19:26). Jó estava vendo a sua pele se desfazendo em feridas. Para ele a morte seria certa. Mas pela fé ele demonstrou uma certeza infinda na ressurreição. Para ele aqueles olhos que estavam sendo consumidos pelas feridas veriam a Deus. Nada de prepotência. Mas confiança completa nas promessas divinas.
Sexta-feira: Estudo adicional
Os rebeldes demoraram a compreender quão longe eles foram na rebeldia. Como se diz por aí “depois de dar com os burros n’água” é que eles entenderam quão longe estavam de Deus. Agora, conscientes do pecado cometido, resolveram entrar em Canaã por conta própria. Elegeram um líder e puseram a caminho. O Senhor reafirmou mais uma vez que não estaria junto com eles. E o resultado foi catastrófico. Eles foram feridos pelos habitantes de Canaã.
Satanás os influenciou a conquistar a terra prometida pelos seus próprios esforços. Eles não entenderam bem o que é presunção e deram rédeas aos estímulos do inimigo. Estamos às margens da terra prometida onde entraremos única e exclusivamente pela graça de Deus. O mesmo que aconteceu com Israel no passado pode acontecer hoje. Hoje estive lendo uma das meditações do saudoso pastor Rubens Lessa onde ele fala do perigo de passarmos dos limites orientados por Deus, como aconteceu com Eva. Quando avançamos a linha divisória entramos no terreno escorregadio da presunção. Esse foi o preferido por Satanás e estamos vendo claramente os resultados.
Aceitar, pela fé as orientações divinas é o caminho seguro que nos leva de onde estamos para o lar prometido na Bíblia. Devemos estar bem apercebidos, pois a presunção pode instalar em nós paulatinamente, sem que percebamos. Paulo nos alerta: “Olhai por vós mesmos; não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e aquele dia vos sobrevenha de improviso como um laço” (Lucas 21:34).
16 de julho de 2021 às 08:00 #17091Lição 3: As raízes da inquietação
Sábado: As raízes da inquietação
Tiago foi direto ao ponto ao escrever o verso principal de nossa lição: “Onde há inveja e rivalidade, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins” (Tiago 3:16). Podemos afirmar que a inveja é a mãe da rivalidade. Não existe rivalidade onde não existe inveja. Esse foi o mal que originou o pecado no mundo. A lição nos traz o exemplo de uma planta que cresce durante todo o ano se tornando árvores frondosas e produtivas, e a lição apresenta a razão para isso: ela tem uma formação de raízes profundas que extraem diuturnamente os nutrientes da terra.
Na minha adolescência trabalhei muito limpando quintais em minha cidade. Certa vez, um vizinho me procurou para arrancar uma touceira de bambu. Combinamos o preço e dei início ao trabalho. O que eu imaginava fazer com um dia de trabalho gastei mais de uma semana. Imaginava que usando enxada e enxadão seriam suficientes para fazer o serviço, mas não demorou para em constatar que necessitava de machado, picareta e muito suor. Em todas as estações do ano o bambu sustenta um verde escuro e muita vitalidade. Essa robustez está em suas raízes. Elas formam um emaranhado de nós e sapatas que não só sustentam a ramagem como lhe oferecem os nutrientes para mantê-lo robusto durante todo o ano.
Tanto o álamo como o bambu são as suas raízes que os sustentam frondosos e robustos. A Bíblia nos alerta para os terríveis resultados de agasalharmos raízes de amargura em nossa vida. Diz o texto: “Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus; que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos” (Hebreus 12:15).
A lição apresenta alguns exemplos de raízes que causam inquietação e desgaste espiritual com egoísmo, ambição e hipocrisia. Façamos um exame criterioso de nós mesmos para ver se não estamos sendo dominados por raízes nocivas que estão subtraindo a nossa vitalidade cristã.
Domingo: Jesus traz divisão
Quando minha família se tornou adventista não sofremos nenhum tipo de objeção de nossos parentes. Sabemos que em determinadas famílias a resistência vai ao ponto de causar intrigas e separações. Apenas soubemos de um vizinho que, conversando com outro, ao saber que havíamos deixado de comer carne de porco comentou: “Eu imaginava que o Juvenal fosse mais inteligente”. Mas todos nós, creio, já testemunhamos situações delicadas.
Jesus foi claro ao afirmar que Ele causaria separação entre famílias e chegou mesmo a afirmar que não estava trazendo paz, mas sim espada. Já mencionei em outras oportunidades o caso do pastor Otavio Costa que em sua juventude estava colportando em uma cidade vizinha à nossa e, fiéis de uma determinada denominação o botaram para correr da cidade. Tarde da noite e sob chuva torrencial ele saiu às pressas indo se refugiar em nossa casa.
Paulo conhecia bem esta divisão que, normalmente Cristo causa. Ele alertou Timóteo: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Timóteo 3:12). Ao mesmo temo em que Cristo afirma: “A minha paz vos dou”, Ele Se apresenta como um disseminador de contendas.
Segunda-feira: Egoísmo
Jesus foi surpreendido por um jovem aflito. Os seus pais faleceram e o seu irmão, dominado pelo egoísmo, se recusou a partir a herança com ele. Já comentamos que o egoísmo foi a raiz do conflito cósmico no qual estamos inseridos. Quantos males o egoísmo tem causado no mundo!
O egoísmo vem vestido de um desejo incontrolável de superar os demais em cultura, dinheiro e influência causando desavenças e até mortes. Para prevenir o orgulho Jesus apresenta o caminho inverso, se esvaziar e ser uma pessoa desprendida e sem apego a bens materiais. Ele deixou a advertência de que a vida de uma pessoa não consiste na abundância do que possui. Conheci um senhor em minha cidade, proprietário de algumas fazendas, que passava a semana prometendo para os filhos que, caso eles se comportassem direitinho, no sábado ele os levaria na sorveteria para verem os filhos dos ricos tomarem sorvete.
Pessoas assim são como o homem da história apresentada por Cristo. Depois de demolir os celeiros pequenos e construir outros maiores e dizer que tinha abundância para muitos anos a morte o surpreendeu e ele se foi deixando para traz tudo o que acumulara durante a vida. O dicionário assim define o egoísta: “falta de altruísmo; apego excessivo aos próprios interesses; comportamento da pessoa que não tem em consideração os interesses dos outros. Presunção; tendência a excluir os outros, tornando-se a única referência sobre tudo”.
Terça-feira: Ambição
Poderíamos definir o ambicioso como uma pessoa que tem sonhos fantasioso. Ambição, sob medida, nos faz bem. Ela pode ser compara aos sonhos que uma pessoa gasalha dentro de si. Não fará nenhum mal se esse sonho é cultivado sem atropelar terceiros e, se para mantê-lo vivo, a pessoa não venha a sacrificar normas e princípios.
Conheci um jovem que, certa vez, foi levado à nossa casa por dois irmãos da igreja que o encontraram detido em uma delegacia porque estava devendo a um taxista que rodou com ele durante uma semana inteira à procura de uma fazenda para comprar. Meu pai conseguiu o dinheiro emprestado, pagou o taxista e aquele jovem foi liberado.
A ambição nociva foi detectada por Cristo entre os Seus discípulos no momento mais solene para eles quando era realizada a Santa Ceia. Havia disputa entre eles de quem estaria ao lado de Cristo no Céu. Jesus reprovou essa postura. Ela demonstrava o desejo de supremacia sobre os demais.
Esse mesmo pensamento pode surgir no coração de um membro que não foi escolhido para determinado cargo na igreja. Muitas vezes a atitude de uma pessoa assim é denegrir a outra que ocupou o cargo. Não é fácil dominar as nossas ambições de tal modo que elas sejam pautadas pelos princípios do desprendimento e amor ao próximo.
Quarta-feira: Hipocrisia
Talvez essa raiz seja a de resultados mais nocivos. Ela está diretamente direcionada para o membro da igreja. Diz o dicionário: “é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui”. Hipocrisia foi o pecado que Jesus acusou os líderes religiosos de Seu tempo. Eles não praticavam o que diziam. Disse Jesus: “Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem” (Mateus 23:3).
Esse, talvez, seja um dos pecados mais frequentes na vida de um cristão. Facilmente a pessoa passa uma imagem sua que não reflete a verdade. A hipocrisia não é exclusiva da liderança da igreja. Ele pode surgir no coração de um grande líder ou mesmo na vida do irmão mais simples de uma congregação.
A hipocrisia vem sempre acompanhada da mentira ou da falsidade. A pessoa não vive aquilo que fala ou aparenta ser. Esse é um mal que não reside apenas no seio da igreja. Ela existe no campo profissional, político e social, mas se apresenta mais grave quando afeta a postura de algum membro da igreja. O hipócrita é aquele sepulcro caiado por fora ou feito de granito reluzente, mas que guarda em seu interior material putrefato.
Quinta-feira: Eliminando a inquietação
Dificilmente alguém acometido do sentimento de egoísmo, ambição ou hipocrisia tem uma vida isenta de inquietação. Alguma coisa está sempre incomodando as pessoas que desenvolvem estes traços de caráter. A Bíblia diz: “Porém os ímpios são como o mar agitado, incapaz de sossegar, e cujas águas expelem lama e lodo para todo lado!” (Isaías 57:20). Por mais que pessoas dominadas por esses traços de caráter se apresentem sorridentes e felizes, o seu interior está repleto de insegurança, inquietação e amargor.
Jesus é o bálsamo eficaz para todo tipo de ferida que nos importune. Temos de reconhecer que por nós mesmos somos incapazes de romper com os defeitos de caráter que mancham a nossa reputação. Não é por acaso que Jesus nos aconselha: Tomai sobre vós o meu jugo ele é leve e suave. Jesus pode fazer por nós aquilo que sozinhos não conseguimos.
Mais do que nos amparar aqui, Jesus nos promete um lar onde estará conosco para sempre. O Seu sonho é que estejamos onde Ele no Céu longe de toda a tendência para o pecado, onde pela Sua graça o egoísmo, a ambição e a hipocrisia ficarão de fora e nunca mais vai atormentar os eleitos do Senhor.
Sexta-feira: Estudo adicional
Tanto o álamo como o bambu têm as suas raízes bem escondidas na terra, assim como acontece com muitas pessoas que são dominadas pelo egoísmo, a ambição e a hipocrisia. Mas semelhantes às raízes do álamo e do bambu essas manifestações do caráter são ocultadas, alguns por toda a vida. Quando detectadas, Jesus é a saída para vencer essas deficiências e não permitir que estes traços negativos continuem a ditar a maneira de proceder do indivíduo.
Jesus á a âncora que nos mantém seguros no porto. Sem Ele o ser humano não consegue dominar as concupiscências da carne e vive ao sabor dos impulsos de um eu escravo de Satanás. Quando criança ainda me lembro de cantarmos na escolinha: “Com Cristo no barco tudo vai muito bem”. Esse corinho tão antigo continua sendo verdade para todos os cristãos.
A nossa vida deve ser pautada por Cristo. Apenas com Ele podemos vencer o pecado que tão perto nos assedia. A nota da página 38 afirma: Na vida que se centraliza no eu não pode haver crescimento nem frutificação. Temos que nos esquecer do eu e permitir que Jesus seja o piloto de nossa vida. Ele é capaz de eliminar de nossa vida, como afirma Paulo: “Tendo cuidado de que ninguém seja faltoso, e se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e ela muitos se contaminem” (Hebreus 12:15).
23 de julho de 2021 às 08:00 #17093Lição 4: O custo do descanso
Sábado: O custo do descanso
Nas cidades grandes sempre que alguém procura adquirir ou alugar um apartamento ou casa é comum que se procure saber como são as condições de silêncio do local. Durante alguns anos morei ao lado de uma fábrica de laticínios que, por falta de energia na cidade, tinha um gerador de eletricidade que, gerava também um barulho infernal que prolongava até altas horas da noite. Não era fácil conciliar o sono.
Hoje os órgãos públicos não permitem mais que uma empresa produza ruídos perturbadores como acontecia no passado a não ser que esteja instalada em local apropriando. O descanso está diretamente associado ao silêncio, pois o verdadeiro descanso envolve o físico, o intelectual, o emocional e o espiritual. Sem um desses o descanso não produz os resultados esperados. Jesus é o único que promete o verdadeiro descanso para as nossas almas.
Davi passou por uma fase tumultuada quando o pecado lhe causou momentos de agonia. Ele não desfrutava do descanso que os pardais desfrutavam nos átrios de Deus. Só depois de muita lágrima e sofrimento ele encontrou descanso. Pagou um preço caro com noites não dormidas clamando a Deus por socorro. Deus atendeu a sua oração: Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (Salmos 51:10).
Domingo: Cansado e exausto
Já ouvi de muitos pregadores afirmarem que é perigoso pisar na área do inimigo e, apresentam o caso de Eva. Ela sabia que não deveria comer do fruto da árvore, mas se aproximou do fruto proibido e se deteve ali admirando a beleza do mesmo. Satanás aproveitou a ocasião e seduziu Eva ao pecado. Davi estava dentro de sua casa, um palácio confortável que, para a época não faltava nada. Mas mesmo dentro de casa Davi se colocou no terreno proibido de Satanás. Ele não vigiou as janelas da alma. Viu o que não devia e ao demorar na contemplação veio todo o desfecho da história que conhecemos.
Na tentativa humana de acobertar o pecado do adultério ele somou a este, o pecado de um assassinato. Deus enviou o profeta Natã para dar uma chocalhada no rei e fazê-lo consciente de seus pecados. Daquele momento para frente o descanso de Davi foi pelo ralo. Ele viveu momentos de angústia e desespero. Davi era um homem “segundo o coração de Deus”, mas falhou redondamente e o desespero pairou sobre ele.
Foi em um leito que ele consumou o seu pecado e foi em seu leito que ele pagou o amargo preço: “Estou exausto de tanto gemer. De tanto chorar inundo de noite minha cama; de lágrimas encharco o meu leito” (Salmos 6:6). Esse verso nos dá uma ideia das noites de agonia que se sucederam ao seu pecado.
Feliz o pecador que encontra com um profeta Natã pela frente. Com certeza o Deus que nos ama procura erguer o pecador e ele temos Seus meios.
Segunda-feira: Despertando a consciência
Parece que antes de Natã falar com Davi, ele estava com a consciência amortecida e necessitava de um choque de realidade. Natã, orientado por Deus conta a história de um homem pobre que possuía apenas uma ovelha, mas um vizinho seu, rico e proprietário de muitas ovelhas matou a única ovelha do pobre para recepcionar um amigo. Ao ouvir a história Davi ficou furioso e decretou a sentença de morte do homem rico.
Imagino qual não foi o impacto que as palavras “tu és este homem” causou em Davi. Provavelmente essa declaração transformou a vida de Davi em um redemoinho que só foi acalmado após a confissão de seu pecado. Algum tempo depois ele relatou: “Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Salmos 32:5) (Selá).
Já mencionei no comentário anterior que feliz o pecador que encontra com um profeta Natã pela frente. O encontro pode ser pesado e doído, mas o pecador deve se sentir grato por Deus estar Se lembrando dele.
Diz a nota da lição: “A repreensão de Natã tocou o coração de Davi, despertou sua consciência, e a terrível gravidade de seu crime veio à tona” (Patriarcas e Profetas, p. 722).
Terça-feira: Perdoado e esquecido?
Deus perdoou o pecado de Davi e não executou a sentença pronunciada pelo próprio rei, mas não eliminou as consequências do seu pecado. Deus pode eliminar essas consequências, mas para o bem do pecador não é sempre que Ele o faz. Isso não quer dizer que Deus não se esqueceu, mas é um de Seus métodos para o pecador não se esquecer do custo do pecado. A criança oriunda do adultério morreu dias depois, trazendo grande dor ao coração de Davi. Mas não ficou só por aí. A violência marcou a vida de seus filhos e ele próprio foi objeto de ódio de um deles, que Deus o retirou de seu caminho. Absalão encontrou a morte ao tentar eliminar o seu pai.
Um alcoólatra pode deixar a bebida, mas isso não o livra de uma cirrose hepática que pode estar em andamento. A nota da lição adianta: “Contudo, apesar das consequências desse pecado, que afetou inocentes como Urias e a criança recém-nascida, Davi entendeu que a graça de Deus cobriria seu pecado e que um dia todas as consequências seriam eliminadas” (Lição do Professor, p. 48).
O pecado de Davi foi grave. Além de cometer adultério e tirar avida de um inocente, Davi levava o peso de ser o líder do povo de Deus de quem jamais imaginou cometeria duas faltas tão graves. Mas Deus perdoou o Seu servo, não porque fosse Davi. Deus o perdoou como faz com qualquer pecador que se achega a Ele em busca de graça e perdão. O seu empenho é de salvar a todos independente de casta social, nome, etnia ou cor.
Quarta-feira: Algo novo
O pecado levou Davi a uma situação desesperadora. Provavelmente ele contemplou centenas de pessoas jubilosas participando das reuniões no templo, enquanto ele, o grande líder de Israel se sentia triste, arrasado e solitário. Foi do fundo do seu coração que ele orou: “Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que se regozijem os ossos que esmagaste”. (Salmos 51:8). Como Davi sonhava com algo novo em sua vida.
No Salmo 51 Davi derrama a sua alma diante de Deus e manifesta o seu desejo de novamente participar ativamente do culto a Deus. Ele inicia o Salmo implorando pela misericórdia divina. “Tem misericórdia de mim, ó Deus segundo a sua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias” (Salmos 51:1).
Para ter a certeza do perdão temos que exercer fé no grande amor de Deus por nós. Em momento assim de desespero devemos olhar para o Calvário. Ali temos a certeza de que Deus realmente nos ama com um amor incomparável. Ao ver Jesus na cruz salvando um dos ladrões temos a ideia de que Ele iniciou o Seu grande sacrifício salvando e é salvando pecadores como você e eu que Ele concluirá o Seu ministério intercessor no santuário celestial. Ele continua ali para nos oferecer novamente a alegria da salvação.
Quinta-feira: Refletores da luz de Deus
Após ter mergulhado no pecado e sentir a enorme distância que o Seu pecado criou entre ele e Deus, Davi imaginou quantos pecadores desesperados ele poderia ajudar, caso Deus o perdoasse. E ele lança diante de Deus o seu sonho: “Então, ensinarei aos transgressores os Teus caminhos, e os pecadores a Ti se converterão” (Salmos 51:13).
Davi chegou à conclusão de que não era a rotina de sacrifícios no santuário que o livraria do peso de seu pecado e conclui: “Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:16 e 17). Davi concluiu que oferecer ofertas, participar da liturgia da adoração e se envolver nas atividades da igreja, isso de nada valerá se o corão estiver tomado pelo pecado. Ele sentiu que era necessária uma profunda transformação interior. E ele buscou isso com todo o empenho de sua alma. “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17).
Nada de vanglórias diante de Deus. Temos que reconhecer que a nossa justiça como afirma Isaías é “trapo de imundícia” e que só o perdão oferecido por Cristo pode nos proporcionar aquele descanso que em nenhum outro lugar poderemos encontrar.
Quando o pecador experimenta o perdão oferecido por Cristo ele se torna um refletor dessa bênção e passa a partilhar ela com outras pessoas. Ele compartilha a sua experiência de perdoado com outras pessoas: “Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão” (Salmos 51:13).
Sexta-feira: Estudo adicional
Davi tinha consciência de que os seus pecados por mais que tenha afetado pessoas afetou a Deus. Ele afirma: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares” (Salmos 51:4). Ele sabia que quando atingimos a alguém, esse alguém é criatura de Deus e que é amada por Ele. “Sendo assim, declara Yahweh dos Exércitos: Ele me enviou para buscar a sua Glória entre as nações que vos saquearam, porquanto qualquer que tocar em vós, fere a menina dos olhos de Deus!” (Zacarias 2:8, Bíblia King James Atualizada Português). Portanto ele necessitava se harmonizar com Deus Pai de toda a humanidade.
Davi sentiu na carne que realmente o pecado nos separa de Deus. O profeta Isaías afirma: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Isaías 59:2). É necessária uma reconciliação “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Romanos 4:10). Davi buscou com todo o fervor essa reconciliação.
Com frequência cantamos em nossas congregações: “É ordem do meu Rei que todo pecador, arrependido já, se volte ao Salvador, e salvação terá, pois Cristo prometeu dar o perdão, por Seu amor” (Hinário Adventista, nº 337). Reconciliação é sinônimo de perdão e raça.
30 de julho de 2021 às 08:00 #17095Lição 5: Venham a Mim
Sábado: Venham a Mim
“Venham a Mim”. Este é o convite que soou no jardim do Éden, enquanto Adão e Eva, fugindo de Deus, tentavam fazer vestes de folhas de figueira, e continua soando através dos milênios alcançando palácios e choupanas, jardins iluminados e vales escuros. Esse é o convite que um dia alcançou Davi e alcançou e alcançou também a cada um de nós.
Nesta semana vamos estudar um pouco sobre este convite. Por que Jesus insiste que venhamos até Ele? É porque Ele conhece a situação difícil de cada um de nós. Ele sabe tudo o que passa em nosso coração. Já escrevi certa vez que cada ser humano carrega uma cruz, cujo tamanho e peso não temos condições de avaliar é que somente Aquele que levou a Sua cruz até o Calvário conhece e pode nos socorrer.
Quantos desalentados perambulam por aí sem esperança e sem Deus no mundo. Muitos desgarrados e feridos em desfiladeiros e perdidos em um emaranhado de espinhos. O convite de Jesus é extensivo a todos: “Venham a Mim”. Jesus é o porto seguro onde devemos ancorar as nossas esperanças pois Ele nunca decepcionou um de Seus filhos que Dele se aproxima contrito de espírito.
Domingo: Eu os aliviarei
Estamos vivendo uma situação difícil para o mundo. A pandemia do Corona Vírus está assolando o mundo. Entre nós não há quem não se despediu de um parente ou amigo cuja vida foi ceifada pelo Corona. Pessoas angustiadas dão entrada nas UTIs sem esperança de sair de lá vivos. Nossas agendas de pedidos de oração estão abarrotadas. Quantos perderam o emprego e não tem como dar um pedaço de pão para os seus filhos. De todas as partes vemos suspiros, lamentos e lágrimas. São corações sofridos que clamam por bálsamo e alento.
Para todos Jesus faz a promessa: “Eu vos aliviarei”. Ele não vai evitar a tragédia, mas vai amenizar a dor que cada um sofre. Essa promessa é feita para todos os seres humanos, mas apenas aqueles que aceitam o Seu convite vai experimentar os resultados. Os que aceitam o convite do Mestre respondem com uma exclamação semelhante ao cego sentado à beira do caminho que, ao ser interrogado como foi restaurado respondeu: “Eu era cego e agora vejo”.
Quantos no passado confiaram nessa promessa. Conversemos com Agar vendo o seu filho ser poupado de morrer de fome e de sede. Ouçamos as palavras de Davi: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos” (Salmos 40:2).
Em muitos casos Jesus não vai eliminar o nosso sofrimento, mas o alívio é certo. Comunhão constante com Cristo já nos vai permitir que vejamos por trás da nuvem escura que porventura nos envolva, os reflexos do Sol de Sua graça. Confiemos em Sua promessa: “Eu vos aliviarei”.
Segunda-feira: Tomem sobre vocês o Meu jugo
Quando leio estas palavras me vem à mente a cena: Isaque levando nas costas a lenha que o consumiria no alto do monte Moriá. Em dado momento Isaque faz a pergunta mais difícil que Abraão ouviu em toda a sua vida: “Onde está o cordeiro?” Mas o que me toca nesta história é o restante do versículo: “Assim, caminharam ambos juntos”. Foi esse caminhar junto com o seu pai desde bebê, e agora, ao lado de seu pai levando a carga até o cume da montanha que fortaleceu a confiança de Isaque em se submeter ao sacrifício.
Muitos rejeitam compartilhar o seu jugo com Cristo e procuram opções alternativas. Confiam em pessoas e às vezes tomam a decisão de levar sozinho as suas cargas e acontece o que já vi algumas vezes na minha infância. Quando eu era criança morava ao lado de uma estrada boiadeira e, com frequência, passava boiadas rumo aos matadouros de São Paulo. À frente da boiada ia “comitiva” de burros que levavam os apetrechos para se fazer uma refeição rápida. O cozinheiro liderava a tropa. Vi algumas vezes animais cansados e feridos pelo peso das bruacas que levam não conseguir se levantar para pôr a caminho. Algumas vezes presenciei o chefe jogar álcool nas feridas e o animal se levantava sob o impacto da dor. Eles não tinham quem os ajudassem a carregar o pesado fardo. Alguns morriam pelo caminho.
Os que insistem em levar o seu fardo sozinho, além do cansativo peso são fustigados constantemente pelo inimigo. Dividir as nossas cargas com Cristo significa desfrutar do alívio que Ele promete a todo o pecador.
Terça-feira: Sou manso e humilde de coração
Muitos recusam a parceria de Jesus para dividir o jugo porque imaginam que apoiar em Cristo é uma prova de fraqueza, e preferem outras opções ou mesmo lutar sozinhos. Quando Jesus afirma ser manso e humilde de coração, creio que Ele está fazendo esta declaração para mostrar que, mesmo nós sendo pecadores e nossa justiça própria ser como trapo de imundícia, Ele se apresenta manso e humilde de coração e não Se envergonha de estar ao nosso lado nos auxiliando a levar a nossa cruz.
Muitos tem vergonha de se identificarem com Cristo, imaginando estar assumindo uma submissão humilhante. Mas é justamente para estes que pensam assim que Ele deixou um recado: “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mateus 5:5). A herança da nova terra está assegurada aos mansos.
Lembrando que só a mansidão não é passaporte para ninguém alcançar o Céu. Certa vez o meu pai acertou com um senhor de fazer lavouras de abacaxi por empreitadas. O negócio foi acertado e, também, as datas de pagamento. Mas o patrão nuca cumpriu um compromisso financeiro na data certa e em conversas com ele quanto mais o meu pai se irritava mais humilde ele se apresentava. A humildade deve andar junto com a honestidade.
Aceitar o jugo de Cristo é estar disposto a não só ser humilde como Ele é, mas viver em consonância com os Seus ensinos. Paulo nos adverte: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5:23).
Quarta-feira: Meu jugo é suave
Paulo faz uma solene advertência para os Gálatas: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão” (Gálatas 5:1). Para Paulo existem apenas duas opções: Assumir o jugo com Cristo ou assumir o jugo da escravidão do pecado. O próprio Jesus afirmou: “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha” (Lucas 11:23).
Na lição de domingo aprendemos que Jesus não nos livra de nossas cargas, mas torna suave o seu peso sobre nós. Da mesma maneira ele não promete retirar o fardo de cima de nós, mas nos garante muita leveza ao assumirmos. É como o caso de Daniel, Ele não nos livra da cova dos leões, mas nos livra dentro da cova.
O meu pai era bastante bruto para trabalhar. A meu ver, ele escolhia a maneira mais difícil de fazer determinados serviços. Por muitas vezes meus irmãos e eu o ajudamos a fazer cerca de arame farpado. Era comum ele nos escalar para carregar postes de madeira. Como alguns eram muito pesados, as vezes ficávamos junto deles estudando qual a maneira mais prática de colocá-los nos ombros. Papai ficava olhando de longe e quando menos esperávamos ele aparecia e falava conosco: “A gente faz é assim”, e bruscamente erguia o poste, colocava nos ombros e saía tropeçando no meio do mato.
Jesus nos encoraja e leva o fardo junto conosco. Ele é humilde de coração e não Se envergonha de auxiliar alguém falho e desqualificado como eu e você.
Quinta-feira: Meu fardo é leve
Conheci um jovem inteligente, musculoso que tinha um porte de vencedor. Seus pais eram de classe média e não lhe faltaram oportunidades para estudar e vencer na vida. Esse jovem enveredou pelo caminho dos tóxicos e, quando sob efeito deles, tornava violento exigindo força de muitos homens para dominá-lo em seus desatinos. Os seus pais o encaminharam para fazer tratamento em vários hospitais do país, mas parece que todo o esforço era em vão.
Que fardo pesado aquele jovem e a sua família carregaram ao longo da vida. Os que aceitam dividir as suas cargas com Cristo desfrutam de uma leveza que apenas Ele pode proporcionar. O que a gente viu na vida daquele jovem é um exemplo claro de grande parte da humanidade que obstinadamente decide caminhar sozinha por este mundo.
Quando eu era criança tinha uma brincadeira que fazia parte dos momentos de lazer da criançada. Ela consistia em colocar um graveto ou um objeto qualquer sobre um colega sem que ele percebesse, então o grupo cantava: “O meu burrinho carrega carga sem sentir”. Mas é justamente isso que Jesus faz por nós. Ao Seu lado carregamos as cargas sem sentir o real peso delas.
É conhecida a história daquele menino que carregava um garotinho e alguém lhe perguntou: “é pesado?” E ele respondeu com um sorriso: “Não, ele é meu irmão”. Jesus nos leva com carinho e para Ele não somos pesados pois, além de ser o nosso irmão Ele deu a Sua vida por nós. Quando atordoados por situações difíceis não esqueçamos que com Cristo ao nosso lado a nossa vida fica mais leve.
Sexta-feira: Estudo adicional
Nesta semana conhecemos melhor Jesus, o único que pode tornar a nossa caminhada mais suave neste mundo de sofrimento. Podemos imaginar o que representou para aquela mãe da cidade de Naim que levava o seu filho para o cemitério. Que fardo difícil de carregar! Mas Jesus Se coloca ao seu lado e tudo mudou. O seu fardo de tristezas e lágrimas se transformou em um fardo de alegria e júbilo contagiante.
Aceitar o convite de Cristo: “Vinde a Mim” é o grande segredo para uma vida feliz e abundante. Jesus sabe que este mundo é mau e perverso. Ele mesmo o experimentou ao passar por aqui. Ele Se compadece de nossas dores e oferece para estar ao nosso lado ao longo da jornada. Jesus é Maravilhoso conselheiro e, junto conosco nos oferece sugestões de como tornar a nossa caminhada em um trajeto de alegria.
Quando os meus avós se converteram eles moravam há oito quilômetros da cidade. Todos os sábados e mesmo em alguns dias da semana eles vinham a pé para a igreja. O trajeto era percorrido ao som de cânticos e, de longe, as pessoas tinham uma ideia de quem estava passando na estrada. A vida com Cristo é alegre, descontraída e leve. Pena que tantos rejeitam o Seu sonoro convite: Vinde a Mim”.
6 de agosto de 2021 às 08:00 #17097Lição 6: Encontrando descanso nos laços familiares
Sábado: Encontrando descanso nos laços familiares
Na lição desta semana vamos estudar um pouco sobre o ambiente família em que Jose foi criado. Se por um lado ele era querido e estimado pelos seus pais, ele experimentava o indiferentismo de seus irmãos que o tinha apenas com um sonhado paparicado pelo papai. Caso olhemos para a atitude de seus irmãos de vende-lo como escravo, José tinha tudo para dar errado na vida, ainda mais quando no Egito foi prezo justamente por ter evitado o pecado.
Mas José, quando criança, teve uma base sólida por parte de seus pais. Foi esta base que o sustentou em momentos difíceis como a sua prisão injustamente. Ele tinha consciência de que estando ao lado de Deus, um dia as coisas que estavam dando tudo errado iriam dar certo. Isso é fé no invisível. O cultivo da fé lhe proporcionou forças ara suplantar todas as dificuldades que a vida lhe proporcionou.
A vida de José deixa algumas lições para nós. Primeiro notamos que a influência de seus pais em sua infância foi determinante para o seu êxito. Por outro lado, vemos os seus irmãos, que embora mais velhos que eles fizeram de tudo para que a vida de José desse errado. A Bíblia afirma que em todos os momentos “o Senhor estava com José”. À primeira vista podemos imaginar de que Deus estando com Ele, claro que tudo correria bem. Mas lembremos de um detalhe: Deus estava com José porque José decidiu estar ao lado de Deus independente do que viesse a acontecer em sua vida.
A história deste jovem nos mostra quão importante são os laços familiares na vida de uma pessoa. Nem todos desfrutam de um ambiente aconchegante no lar, mas unidos a Cristo, essas falhas podem ser superadas como no caso de José.
Domingo: Disfunção no lar
Os ancestrais de José não eram pessoas santas. Sabemos de deslizes que marcaram a vida de seu bisavô Abraão e como foi tumultuada a família de seu avô e a de seu pai. José fazia parte de uma família disfuncional. Os seus irmãos marcados pelo pecado de incesto e assassinatos como os cometidos por Simeão e Levi que eliminaram todos os homens de uma cidade vizinha. O seu pai, na juventude, vivia em guerra com o seu irmão Esaú. Provavelmente José soubesse dos descaminhos que marcaram a vida de sua família. Mas, mesmo vivendo em um contexto desfavorável José se propôs a aceitar as orientações positivas de seus pais que o colocaram mais perto de Deus.
Um detalhe que nos anima é que, mesmo com todo este passado sombrio, estes homens falhos como Abraão, Isaque e Jacó, pela graça de Deus, fazem parte da galeria dos heróis da fé de Hebreus onze. Mesmo entre Seus filhos Deus não “Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam” (Atos 17:30).
Conheço pessoas que, se fossemos olhar pelos seus familiares, teriam tudo para se darem mal na vida em termos de comportamento, mas decidiram ficar do lado do que é certo e correto. Neste particular discordo de pessoas que tentam amenizar delitos cometidos por pessoas de famílias disfuncionais. Foram marcadas por exemplos negativos, mas isso não as inocentam por completo.
Segunda-feira: Escolhendo uma nova direção
No comentário de ontem afirmei: Conheço pessoas que, se fossemos olhar pelos seus familiares, teriam tudo para se darem mal na vida em termos de comportamento, mas decidiram ficar do lado do que é certo e correto. São pessoas que escolheram uma nova direção. O ambiente de José tanto em casa com seus irmãos como no Egito não foi dos melhores. José tinha grandes motivos para se desencaminhar, mas ele decidiu ser diferente e Deus lhe deu forças para permanecer ao Seu lado.
A nota da lição traz um emocionante comentário de Ellen White sobre a viagem dolorida de José para o Egito e afirma: “Então seus pensamentos se voltaram para o Deus de seu pai”. Essa decisão trouxe alento em seu coração. Longe de seus pais, convivendo com uma língua diferente e sendo escravo, José manteve a sua fé na providência divina José encontrou descanso em Deus.
Dia a dia somos acossados pelo inimigo, sempre preocupado em nos desviar do caminho, e temos que toar decisões que traçam o nosso destino eterno. Tudo depende de nossa decisão a cada momento que nos deparamos com uma encruzilhada.
Terça-feira: Encontrando o verdadeiro valor próprio
José era um filho que desfrutava da simpatia dos pais. Usufruía de alguns privilégios não outorgados a seus irmãos. Além de seu pai lhe ter dado uma capa especial, não sabemos se pela idade ou por simples benesse, José não foi enviado ao campo com os seus irmãos e permanecia sempre em casa com os pais. Esse tratamento diferenciado causou a irritação e o ódio de seus irmãos.
Os textos bíblicos apresentados na pergunta 4 da lição mostram o quanto somos especiais para Deus. Embora pecadores e rebeldes, Deus tem especial atenção e cuidado por cada um de nós. O triste da situação é que a maioria despreza este cuidado de Deus e procura viver, com dizem por aí, “as suas próprias custas”.
Hoje a maioria dos livros de autoajuda ignoram Deus como o provedor do homem e exortam que a capacidade de vencer vem toda de dentro de nós e nada de fora. Sabemos que sem Deus em nossa vida “Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O Senhor concede o sono àqueles a quem ama” (Salmos 127:2).
José tinha a determinação de, com a ajuda de Deus sempre fazer o seu melhor independente das circunstâncias e Deus está sempre pronto a abençoar pessoas com propósitos semelhantes.
Quarta-feira: Relacionamentos aprovados por Deus
Mesmo sendo escravo e preso injustamente em uma terra distante josé manteve a sua fé alicerçada em Deus. Um detalhe curioso da história de José é a declaração bíblica de que “Deus estava com ele.” Deus estava com José porque José estava em íntima relação com Ele.
Mesmo em condições desfavoráveis José desenvolvia as suas atividades com zelo e dedicação. Esse princípio proposto por José foi detectado por Potifar. “Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o Senhor prosperava em sua mão, José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha” (Gênesis 39:3 e 4). Agora é a vida de Potifar que prosperava, porque o Senhor era com José.
Por uma calúnia propositada, José é retirado de dentro da casa de Potifar e levado para a prisão. Em uma terra estranha, sem nenhum conhecido por perto, preso por uma acusação séria, José não esmoreceu e manteve a sua fé inabalável na providência divina. Deus estava preparando José para sonhos mais elevados.
Ao administrar a casa de Potifar e depois, ser o chefe do presídio para onde foi levado injustamente foi o estágio que Deus providenciou para que José se preparasse para administrar a nação mais importante do mundo na época.
Quinta-feira: O grande conflito, próximo e pessoal
Estamos inseridos no grande conflito cósmico deflagrado por Satanás, quando ele se propôs a subir acima das altas nuvens e ser semelhante ao Altíssimo. Não há como fugir dessa realidade. E nesse conflito a lua é pessoal. Não dá para fazer favor por ninguém, a não ser orar e estar ao lado de quem está sofrendo. Jesus lutou sozinho no Getsêmani. Um anjo O confortava, mas o cálice Ele teve de beber sozinho.
Cetra vez ouvi de um pai que acompanhou o filho até o quartel do Exército, quando este foi convocado. Ao chegar o comandante perguntou para o pai do jovem o que ele estava fazendo ali. Em resposta, o pai disse que estava simplesmente acompanhando o filho. O comandante respondeu: “O seu filho é maior de idade e sabe o endereço do quartel. Ele não está se apresentando no bar da esquina. Aqui é o Exército Brasileiro. O senhor pode voltar e dormir em paz”. O pai sabia que o treinamento seria exaustivo, mas nada poderia fazer para ajudar, a não ser orar pelo rapaz.
No momento das grandes provas, José estava lutando sozinho em um país estranho. Mas ele estava preparado para a grande prova. Aguardamos para os próximos dias o desfecho do grande conflito. Satanás, bramando como leão desencadeará a grande batalha. Está diante de nós o decreto o decreto dominical e um tempo de angústia qual nunca houve. É tempo de abastecer a nossa candeia com o azeite do Espírito Santo.
Sexta-feira: Estudo adicional
As provações que José enfrentou, foi a maneira escolhida por Deus para colocá-lo no patamar mais elevado que um mortal poderia galgar naquele tempo; e não só isso, Deus o estava preparando para salvar os habitantes de morrerem de fome. A administração da casa de Potifar, a administração da penitenciaria na qual esteve preso foi o estágio antes de assumir a mais alta posição no governo egípcio.
Temos que desenvolver o nosso relacionamento com Deus. Essa é a nossa única maneira de sermos vencedores neste conflito. Em cada prova vencida por José. A Bíblia afirma que o Senhor estava com Ele. Mas Deus estava com Ele porque José buscava em todos os momentos estar ao lado de Deus.
Não há vitórias sem lutas e que, jamais nos assalte o pensamento de que estamos lutando sozinhos. Creiamos, o anjo que esteve com Jesus no Getsêmani continua agindo ativamente em nosso favor e jamais seremos abandonados.
13 de agosto de 2021 às 08:00 #17099Lição 7: Descanso, relacionamentos e cura
Sábado: Descanso, relacionamentos e cura
Vivemos em um mundo doente, onde as enfermidades oriundas da mente crescem dia a dia. Sempre nos deparamos com pessoas recalcadas que, ao longo da vida parecem estar carregando pesados fardos. Hoje li a meditação escrita em 1967, onde o autor conta a história da existência de um banco onde se vendia tempo. Ele relata a história de pessoas chorosas querendo comprar vinte, trinta ou mais anos de tempo. Diziam que durante a vida fizeram tudo errado e gostariam muito de começar de novo. O mundo está lotado de pessoas assim.
Há poucos dias fui ao sepultamento de uma jovem de 34 anos. O seu pai, um motorista de ônibus, falou junto do caixão: “Tenho a consciência tranquila de que, ao longo da vida, fiz por ela tudo o que estava ao meu alcance”.
Certa vez, o barulho de um helicóptero nas imediações de minha casa me chamou a atenção. Ao chegar na rua me deparei com uma mulher que aos prantos dizia: “Filha me perdoe, me perdoe!”. A garotinha de dois anos havia morrido afogada na piscina da casa.
José havia perdoado aos seus irmãos, mas depois da morte do pai, a dúvida tirou deles a paz e o sossego. Imaginavam que o perdão de José não era real e que agora, depois da morte do pai, ele arquitetasse vingança. José os tranquilizou mostrando que o seu perdão era de verdade. Creio que só depois deste encontro eles conseguiram a paz de que tanto necessitavam. Muitos cristãos estão levando pesadas cargas porque duvidam do perdão que Jesus oferece.
Domingo: Enfrentando o passado
José, depois ser atirado em uma cisterna foi retirado de lá e vendido para os ismaelitas. Longe da família ele amargava a solidão na qualidade de escravo quando, de repente foi preso por um crime que não cometeu. Na prisão interpretou o sonho do copeiro de Rei e o sonho do padeiro. O primeiro escapou vivo da prisão, mas no que pese os rogos de José, este se esqueceu de seu benfeitor. Agora, pela providência divina, José era o Primeiro-Ministro do Egito.
A fome vassalou toda a Terra e Canaã não foi poupada, mas no Egito tinha alimento. Os irmãos de José fazem o mesmo caminho que José fizera alguns anos atrás. Ao chegarem no Egito é recebido pelo próprio José, mas não o reconhecem. José tinha força para se vingar não só de seus irmãos, mas também da mulher de Potifar e do copeiro. Mas José não age com vingança. Como dizem por aí, ele “passou a régua”.
José ao reconhecê-los usa de alguns artifícios para se certificar se houve mudança de vida entre eles. Eles deveriam ficar presos e um voltaria sozinho à casa do pai e traria Benjamim. Depois de três dias detidos, José propõe que apenas um fique preso e os outros retornem para Canaã com a promessa de trazerem Benjamim. Simeão é algemado diante deles e foi preso, provavelmente na mesma prisão onde esteve José.
Eles imaginavam que estavam pagando o pecado do que fizeram com José. Tinham certeza de que Deus estivesse cobrando as atrocidades cometidas com o caçula da família. Parece que uma mudança estava operando em cada um deles e José aguardava aflito que essa mudança fomentada pelo perdão, acontecesse por completo.
Segunda-feira: Preparando o terreno
Na nota da lição de hoje a autora da lição escreveu uma frase solene: “José provavelmente nunca teria prosperado no Egito se não os tivesse perdoado.” O perdão foi a chave que abriu a porta de um futuro promissor para o jovem hebreu. Antes era José que levava relatório dos irmãos para o pai. Agora são os irmãos de José que levam relatório de José para o pai.
Com o objetivo de aplacar a ira do governante do Egito, Jacó preparou um presente com sete produtos da terra (Gênesis 43:11) e deu nas mãos de seus filhos para levarem até José. Antes de dar a conhecer a seus irmãos, José usou de vários artifícios que levaram os seus irmãos e, até mesmo o seu pai, a compreenderem que a salvação não se consegue em troca de presentes, frutos da Terra. Eles precisavam entender que Salvação é perdão em forma de graça. Parece que o presente não funcionou e Benjamim, acusado de ter furtado o copo de prata de José ficaria preso, enquanto os outros retornariam para casa. Judá ficou angustiado e se colocou como responsável pelo jovem. Diante da situação dramática que se instalou Judá faz um sério questionamento: “Como nos justificaremos?”.
Os irmãos de José conheciam bem a rotina dos sacrifícios. Eles sabiam de cor e salteado tudo que se desenrolava ao redor do altar, mas eles não sabiam o que é ser ovelha sobre o altar pronta para o sacrifício. Foi o que Judá se propôs a fazer para livrar Benjamim. Que experiência amarga experimentaram os irmãos de José para compreenderem o que é perdão e o que é graça.
Terça-feira: Perdoar e esquecer
Carla Picolotto, uma senhora católica, escreveu sobre o perdão: “O perdão é um remédio. Na hora, pode ser amargo, mas faz bem, alivia o mal-estar interior. O perdão é uma graça que Deus nos dá para prosseguirmos no caminho após um ferimento profundo. O perdão age como uma cauterização, curando de dentro para fora. Sim, a cicatriz permanece, pois as lembranças são a garantia de que temos uma história. E a palavra “cura” aplica-se perfeitamente neste caso, visto que, por algum motivo, houve uma ferida, e o perdão sobre essa ferida evita, metaforicamente, infecção e até necrose”.
Ao falar sobre “perdoar e esquecer” gostei do pensamento deste psiquiatra: “Perdoar simplesmente é dar um novo significado para um evento, ou seja, continuaremos com a lembrança daquilo que nos fazia mal, porém, já não faz mais”. Ele está dizendo que esquecer uma ofensa é impossível, mas a lembrança dela não mais nos entristece ou altera o nosso humor. É como a cicatriz de uma ferida. Existe, mas não dói mais.
Ellen White fala permanecer remoendo injustiças e decepções: “Não é sábio ajuntar todas as penosas recordações da vida passada – injustiças e decepções – e falar tanto sobre elas e lamentá-las tanto, que nos sintamos esmagados pelo desânimo. Uma alma desalentada acha-se rodeada de trevas, excluindo a luz de Deus de si própria, e lançando sombras sobre o caminho dos outros.” (Caminho a Cristo, p. 117).
Esse lembrar de uma ofensa sem que essa lembrança afete o nosso humor é como conseguir fé: “não vem de vós, é dom de Deus”. Com a ajuda de Deus, José soube perdoar e esquecer.
Quarta-feira: Tornando prático
Ontem fui ao médico. Ao entrar em seu consultório ele me perguntou: “Tudo bem?”. A nossa tendência é confirmar que tudo está bem. Mas como que tudo está bem? O simples fato de eu estar ali já afirma que nem tudo está bem comigo. A tendência é ignorar para as pessoas o mal que nos afeta. Mas, por dentro ele está corroendo a nossa paz e a nossa saúde.
Caso uma pessoa seja ofendida por outra e não sente nada é algo anormal. Somos carnais e quando pisam em nosso calo dói. E é por isso que existe o perdão. Um produto difícil de usar. É como chá de boldo: amarga, mas cura.
Alguém afirmou: “perdoar é uma escolha nossa” e afirma: “Escolhemos perdoar”. Essa escolha não é fácil. Mas é o que Jesus nos exorta a fazer. Diz Ele: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:44).
A autora da lição afirma: “A cruz é o melhor exemplo de quanto custou ao próprio Deus nos perdoar. Se o Senhor pôde passar por isso por nós, mesmo sabendo que muitos O rejeitariam, então certamente podemos aprender a perdoar.” (Lição do Professor, p. 88).
Quinta-feira: Descanso após o perdão
O título do estudo de hoje poderia ser Saúde após o perdão. Não podemos ignorar os resultados positivos que o perdão proporciona para o perdoado e para o perdoador. Quando os amigos do paralítico o desceram pelo telhado, esperavam ver de imediato o restabelecimento daquele homem. Mas ouviram uma frase que deve soar em muitos ouvidos nos dias de hoje: “Perdoados são os teus pecados”.
Os irmãos de José passaram dezessete anos carregando o peso da culpa e o temor de serem justiçados por José. Quanta dor e preocupação eles acalentaram durante estes anos só porque não acreditaram no perdão oferecido. Convivendo com José no Egito por dezessete anos, só da morte de Jacó é que a paz realmente reinou nos corações de seus irmãos.
Quantos, membros da igreja, estão sofrendo por situações não resolvidas, simplesmente porque carregam dúvidas se realmente foram perdoados. São pessoas que importunam a Cristo com repetidos clamores de perdão, quando este perdão já foi oferecido há muitos anos.
O convite de Jesus continua soando por entre as árvores do jardim: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês” (Mateus 11:28). Jesus nos convida não para um encontro casual, mas Ele externa o desejo de caminhar junto conosco “todos os dias até a consumação dos séculos”. Diz Ele: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mateus 11:29 e 30). Creiamos de coração na promessa: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).
Sexta-feira: Estudo adicional
A parte de sexta feira apresenta um paralelo de José com Jesus. José e Jesus foram vendidos por seus irmãos. Os dois foram acusados de crimes que não cometeram e demonstraram humildade diante de seus torturadores. Mas há uma diferença entre os dois. No momento crucial, os irmãos de José mataram um cordeiro, banharam a sua capa no sangue e depois mentiram para o seu pai de que provavelmente uma fera o matara. José foi substituído por um cordeiro. Isso não aconteceu com Cristo. Ele morreu e Se tornou o Cordeiro.
Quando, em minha vida pareceu que tudo estava dando errado encontrei alento na mensagem de Ellen White: “Deus nuca dirige os Seus filhos de maneira diferente daquela pela qual eles mesmos prefeririam ser guiados, se pudessem ver o fim desde o início e perceber a glória do plano que estão realizando como Seus colaboradores” (O Desejado de Todas as Nações, pp. 224 e 225).
20 de agosto de 2021 às 08:00 #17102Lição 8: Livres para descansar
Sábado: Livres para descansar
Creio que nunca oramos a favor de cura como nestes dois anos. O Corona vírus tirou o poco descanso que existia. Todos estão presos dentro de casa e, se saem às ruas, existe um protocolo a ser cumprido. Manter distanciamento, lavar com frequência as mãos e ter sempre um frasco de álcool gel em nossa mochila ou bolsa. O sorriso não é mais visto como antes. Coberto por máscaras o rosto não mais exterioriza a realidade vivida por cada pessoa. Com frequência ouvimos de amigos ou parentes que se sucumbiram a ação nefasta do vírus.
O isolamento dentro de casa desenvolveu doenças psiquiátricas e mexeu com o humor de muitas pessoas. Muitos vivendo isolados dentro de casa sem fazer nada se queixam de cansaço. Milhões convivem com o receio de se contaminarem. A pandemia abraçou todo o mundo de uma vez e generalizou o pânico e jogou o sossego pela janela.
A lição desta semana aborda dois acontecimentos. Um do Velho Testamento e outro do Novo Testamento. O primeiro é uma réplica antecipada de muitas pessoas nos dias de hoje. Um homem consagrado e que estava de contínuo contato com Deus, entra em depressão diante de uma ameaça de assassinato. O outro é um paralítico que, sem condições de se locomover é levado a Jesus pelos seus amigos. Mas tanto Elias, preso dentro de uma caverna, como o paralítico preso a uma cama, eram portadores de uma necessidade básica em comum: Descanso mental. Elias atormentado pelas ameaças de Jezabel e o paralítico sufocado em seus pecados. Para ambos Jesus proporcionou liberdade para descansar. Eles creram na providência divina e obtiveram a liberdade e o descanso de que tanto necessitavam.
Domingo: Descanso que cura
A humanidade sempre teve a ideia de que o sofrimento é resultado de algum pecado cometido. Quem deixa essa teoria clara para nós são os amigos de Jó. Para eles não havia dúvidas de que o patriarca tinha alguma dívida vultosa no tribunal do Céu. Para eles o sofrimento não viria sem uma causa específica. Ou melhor: O sofrimento é o resultado punitivo de Deus ao pecador impenitente.
Nas últimas férias que colportei fui pessimamente mal nas vendas. O diretor de colportagem daquela missão me chamou para uma conversa particular e me fez uma pergunta enfática: “O que de errado há em sua vida que você não está conseguindo vender livros?”. Pouco antes papai havia trabalhado para um colportor campeão de vendas. Ele visitava com frequência a nossa igrejinha. Este senhor nunca cumpriu um compromisso financeiro com o meu pai na data certa. Ficou devendo para pessoas na região e nunca pagou. Os seus sermões eram vazios e não tinha nenhuma experiência missionária de seu trabalho. No momento que aquele chefe me fez aquela pergunta não me contive e perguntei que santidade havia naquele colportor para ele ser tão bem-sucedido.
Às vezes, Deus, em Seu amor, nos conduz por caminhos difíceis esperando o nosso retorno. A Bíblia diz: “Eu castigo e repreendo e todos quanto amo”. Mas em suma, via de regra, os nossos percalços de enfermidades não são punição de Deus por alguma falta cometida. Nos que vivemos em um mundo manchado pelo pecado estamos sujeitos a doenças e desastres sem que isso seja punição divina. Podemos sim, ser afetados pelas consequências de vícios mesmo depois de havê-los abandonado. Um ex-fumante pode ter um câncer de pulmão, mas longe de ser uma punição é uma consequência de seu vício.
O paralítico provavelmente estava preocupado com o seu restabelecimento físico, mas sem a cura interior poderia fazer voltar tudo de novo ou provocar situações piores do que a anterior. No seu caso o perdão era prioritário.
Segunda-feira: Tratando a raiz do problema
Jesus estava sempre acompanhado de dois grupos de pessoas. Um sedento de ouvi-Lo e presenciar os Seus milagres e o outro formado da elite religiosa de Seu tempo. O objetivo do primeiro grupo era estreitar comunhão com o Mestre dos mestres e o objetivo do segundo era documentar alguma atitude de Cristo que, para eles, estivesse de encontro com os princípios bíblicos dentro da ótica deles.
Diante daquele quadro, nunca visto, de ver alguns homens descendo um paralítico pelo telhado, a primeira atitude de Cristo seria restabelecer os movimentos daquele homem efetuando um grande milagre. Mas não foi isso que aconteceu. Jesus ao ver aquele homem viu que a dor que mais atormentava aquele coração sofrido, não provinha das articulações enrijecidas, mas de uma consciência culpada. Ele viu naquele paralítico, a sua real necessidade.
As palavras de Cristo: “Perdoados estão os seus pecados” causou não só espanto como também indignação a toda a liderança da igreja daquela época. Mas para o paralítico foi a mensagem que ele sonhava ouvir um dia. Naquele momento Jesus demonstrou que: “o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Samuel 16:7).
Jesus sabia qual era verdadeira raiz do problema que atormentava aquele homem. Um coração ferido pela culpa necessitava de alívio imediato. A cura física, naquele momento era secundaria. “Enfermidades mentais prevalecem por toda parte. Nove décimos das doenças das quais os homens sofrem têm aí sua base” (Ellen White; Mente, Caráter e Personalidade, vol.1, p. 59).
Terça-feira: Fuga
Certa vez ouvi de uma senhora que estudava a lição conosco na Escola Sabatina que “pessoas deprimidas são pessoas destituídas de fé e que ao invés de procurar a Cristo para lhes resolver os problemas se envolvem com psicólogos”. Felizmente esta cultura está mudando. Sabemos muito bem que a depressão, longe de ser falta de fé, é uma doença que está grassando em nossos dias afetando pessoas cultas, analfabetas, ricas e pobres. Ela afeta o irmão simples como ataca sem misericórdia pastores e lideranças.
Como enfermeiro cuidando de pacientes psiquiátricos, um dos problemas detectados era de pacientes que ao irem no Hospital e receber as medicações e orientações necessárias, retornavam piores do que quando vieram a primeira vez. Ouvíamos relatos de pregadores que orientavam que estes pacientes jogassem fora os medicamentos porque Deus iria curá-los. Situação que felizmente tem mudado para melhor.
Quem diria que um homem como o profeta Elias chegaria ao ponto de desistir da vida e pedir a Deus que o matasse. Amedrontado e se sentindo indefeso, Elias se escondeu em uma caverna. Afinal a sua atitude exterminando os profetas de Baal, realmente atiçou a ira de Jezabel ao ponto de jurar a morte do profeta dentro de vinte e quatro horas. A autora da lição diz: “assim como Elias fugiu para a caverna, hoje pessoas deprimidas fogem para a geladeira causando transtornos em seu regime alimentar ou recorrem ao sono e para disfarçar foge do contato com as pessoas. Ela nos lembra de que a depressão chega de modo silenciosos e imperceptível. Sem que a pessoa se dê conta está completamente envolvida.
Ao detectarmos situações depressivas em pessoas devemos estar atentos para ajudá-las. Deus enviou um anjo para socorrer Elias e, da mesma maneira Ele está prono a socorrer cada um de nós.
Quarta-feira: Cansados demais para fugir
Depois que Deus decretou uma grave estiagem como punição aos desatinos do rei Acabe, o Senhor se preocupou em preservar com vida o Seu servo Elias. Orientou que ele fosse para junto do ribeiro de Querite, onde ele teria água para beber e seria alimentado por corvos. O ribeiro secou e, mais uma vez Deus fala com o profeta e o orienta a caminha até Serepta onde uma viúva o sustentaria.
Mais uma vez Deus aparece a Elias e o orienta a repreender o rei Acabe explicar-lhe o porquê da estiagem. Depois de falar abertamente sobre a apostasia do rei, o profeta propõe um desafio com os profetas de Baal e, em consequência, todos foram mortos e Jezabel, furiosa, decretou a morte do profeta.
Elias faz uma caminhada de uns trinta quilômetros e, sob a sombra de um Zimbo. Ali ele foi despertado por um anjo. foi alimentado e com a força daquele alimento ele fez uma caminhada de quarenta dias e quarenta noites que perfazem mais de mil quilômetros e, exausto, se refugiou em uma caverna. Perseguido, desalentado Elias pediu a Deus a morte. Deus não atende o seu pedido, pelo contrário, exige que ele saia da caverna e volte pelo mesmo caminho que ele usou para chegar ali. Ele deveria ungir Jeú, o substituto do rei Acabe e escolher também Elizeu para substituir o seu ministério.
O curioso é que aquele profeta que, cansado de fugir, pediu a Deus para morrer, não experimentou a morte e foi transladado vivo para o Céu. Ele disse que não era melhor do que os seus pais que morreram e ele morreria também. Mas com ele Deus fez completamente diferente.
Quinta-feira: Descanso e mais
Elias que pediu a Deus para morrer foi poupado da morte, sendo transladado vivo para o Céu. E lá faz companhia para Enoque e Moisés. Com certeza eles já conversaram muito junto ao rio da vida, ou talvez sentados na sombra de um pé de Zimbro.
Deus conhece as nossas dores e sabe que neste mundo teremos aflições. Ele sabe o que é ser perseguido e o que é depressão e está pronto a socorrer a cada filho Seu que se encontra em desespero. O que para Elias representava o fim de sua vida, eram os alvores da eternidade anunciando um descanso eterno no Céu. A autora da lição enfatiza que jamais Elias imaginou que o melhor estava por vir.
Em uma carruagem de fogo o profeta cansado parte para o descanso no lar celestial experimentando as coisas que os seus olhos humanos nunca haviam visto e experimentando coisas que jamais havia imaginado o seu pensamento.
A vida de Elias oferece uma lição valiosa, principalmente para nós, que vivemos nos últimos dias deste mundo, quando a depressão tem se apresentado como o mal do século. Ao receber a incumbência de substituir Elias e, diante das águas caudalosas do Jordão Elizeu pergunta: “Onde está o Deus de Elias?” (2 Reis 2:14). Deus estava bem ali ao seu lado e abriu as águas para que Ele atravessasse.
Sexta-feira: Estudo adicional
A lição desta semana nos mostrou dois exemplos de pessoas que necessitavam muito do descanso oferecido por Cristo e o conseguiu. No caso do paralitico, além de ele mesmo guardar ressentimentos quanto ao seu passado, provavelmente as pessoas o olhavam com desconfiança e, talvez fizessem comentários de que ele estava daquele jeito por merecido castigo. A sua necessidade de cura espiritual sobrepujava a necessidade de cura física.
O profeta Elias, aos olhos do mundo de então estava em permanente contato com Deus e jamais alguém poderia imaginar que ele estivesse experimentando uma angústia tamanha capaz de levá-lo a desejar que Deus lhe tirasse a vida.
No caso do paralítico, Jesus surpreendeu a plateia de líderes religiosos que o acompanhava com o objetivo de O apanhar em alguma palavra. Eles foram surpreendidos pois jamais imaginavam que o Nazareno fosse tão longe ao ponto cometer, segundo eles, a audácia de perdoar pecados. Jesus conhecia o coração daquele homem e identificou a sua mais urgente necessidade. Um detalhe curioso é que os amigos daquele homem deixaram de lado as suspeitas humanas e, a duras penas, colocaram aquele paralítico aos pés de Cristo.
Para Elias estava tudo acabado e morrer pelas mãos do Senhor era preferível do que ser eliminado por uma mulher ímpia e cruel. Elias não sabia que aquilo que para ele parecia ser o fim de sua vida era o prenuncio da eternidade que ele estava prestes a experimentar.
Tanto o paralítico como Elias foram socorridos por Cristo que atuou de maneira milagrosa para devolver a ambos aquela “paz que excede a todo o entendimento”.
27 de agosto de 2021 às 08:00 #17113Lição 9: Os ritmos do descanso
Sábado: Os ritmos do descanso
Mais uma vez volto a afirmar que o primeiro ato criativo de Deus foi a semana de sete dias incluindo o sábado para o descanso do ser humano com o Seu Criador. A semana foi criada na medida exata das necessidades do homem e, com ela pronta, Deus prosseguiu com a criação do mundo seguindo a sequência dos dias da semana. Já abordamos anteriormente que Deus poderia ter criado tudo num estalar de dedos, mas Ele preferiu criar o mundo de uma forma didática para que o homem pudesse compreender melhor que toda a criação foi executada pensando em mim e em você.
Caso a humanidade aceitasse o sábado como dia de descanso e o observasse conforme a orientação bíblica, com certeza todos desfrutariam de melhor saúde e, consequentemente de melhor qualidade de vida. Geralmente os que guardam outro dia, além de observarem um dia não orientado por Deus, não o fazem de tal modo que o descanso neste dia seja mesclado com atividade de cunho pessoal que não proporcionam o verdadeiro descanso físico, mental e espiritual. Geralmente as pessoas fazem do domingo o dia para ver a casa ou o carro que pretendem compra. E o dia de ir à feira e fazer a compra da semana ou assistir a um jogo de futebol.
O objetivo de Deus com o sábado é que afastando das atividades corriqueiras o homem tenha um dia na semana para estreitar o seu relacionamento com Deus. E esse relacionamento que nos vai proporcionar o verdadeiro descanso.
Domingo: Prelúdio ao descanso
Já estive presente em algumas apresentações de orquestras. Quando chegamos mais cedo para o evento, vemos cada músico afinando o seu instrumento, tirando sons esporádicos, ou cantarolando a música a ser executada logo depois. O prelúdio é um misto de expectativas tanto dos músicos como dos expectadores a respeito do que será apresentado.
A semana da criação foi o prelúdio da apresentação do sábado como dia especial de descanso. É curioso que, antes que ele chegasse, ao ajeitar o palco, todas as realizações de Deus eram acompanhadas de um sonoro “muito bom”. Deus estava contente ao contemplar as coisas criadas, que iam surgindo ao longo da semana partindo do nada.
Quando vemos a apresentação do sábado para Adão e Eva podemos ter a ideia de que o Senhor criou o homem só para descansar. Pois esta foi a primeira ação do homem. Criado na sexta feira, Deus orientou que no dia seguinte repousasse “conforme o mandamento”. Adão tinha que dar nome aos animais, precisava se inteirar de suas atividades no Jardim e estabelecer uma rotina de trabalho. Mas, no primeiro dia após ser criado a ordem era descansar.
Algumas pessoas afirmam que Deus não Se cansa e nem Se fadiga descansou sem estar cansado. Mas note que esta é a mesma situação do homem: também descansou sem estar cansado. Aquele sábado foi o prelúdio de um descanso que se repetiria a cada semana ao longo de milênios. Podemos acrescentar que o sábado é o prelúdio do descanso que Deus em breve vai outorgar aos Seus filhos fiéis.
Segunda-feira: A ordem para descansar
As datas dos bons momentos de nossas vidas são inesquecíveis. Comemoramos o dia do nosso nascimento, o dia de nosso casamento, a data de nossa formatura e outros acontecimentos que marcaram as nossas vidas com o carimbo de “muito bom”. Deus acabava de criar o mundo e tudo o que nele passou a existir, inclusive nós. E depois de contemplar cada coisa criada, com um suspiro de realização, o Senhor exclamou: “Tudo é muito bom”.
Na sequência Deus planejou fazer do sábado um dia inesquecível para Ele e para as Suas criaturas. O sábado se tornou um dia especial no Universo. De um lado Deus comemorando a Sua criação e do outro as criaturas jubilosas comemorando o seu nascimento. Deus fez deste dia um dia completamente diferente dos demais. Diz o texto bíblico que Ele “descansou, abençoou e santificou o dia de sábado”.
Eu tinha um sobrinho que dizia: “para ganhar dinheiro eu trabalho qualquer dia”. Para Deus não é bem assim. O sábado é um dia diferente dos demais dias da semana. Deus descansou, abençoou e santificou este dia. Ele é o marco de nossa criação e Deus o separou para ser comemorado. E para não passar despercebido, Deus iniciou o mandamento com um solene “lembra-te”.
Deus nos dá a ordem para trabalhar: “Seis dias trabalharas”. Mas junto com esta ordem vem o lembrete para descansar no sétimo dia.
Terça-feira: Novas circunstâncias
Após quatrocentos anos as setenta pessoas que desceram para o Egito com Jacó se transformaram em mais de dois milhões de seres humanos. Umas vinte gerações se sucederam e se multiplicaram no deserto. Com certeza a maioria dos princípios herdados de Jacó já haviam sido esquecidos. As circunstâncias agora eram bem diferentes.
Provavelmente a vivência de escravidão no Egito e servindo a outros deuses, os fizessem esquecer de como cultuar a Deus não só no que tange a adoração com a oferta de sacrifícios como também a observância de princípios como a guarda do sábado. E Deus os tirou de lá justamente para reavivar neles as bênçãos de um relacionamento mais íntimo.
No caso de não cair o maná no sábado parece que Deus estava dizendo “Eu também quero descansar.” Caso olhemos para o Novo Testamento e vemos os discípulos apanhando espigas no sábado, a primeira ideia que temos é de que não haveria mal nenhum os israelitas apanhar o maná no sábado. Será que os princípios no novo testamento foram afrouxados como muitos imaginam?
O problema é que Israel estava passando por uma reeducação quanto a guarda do sábado e, agindo assim, Deus estava didaticamente mostrando para eles que o dia de sábado é diferente. Essa atitude divina tinha também o propósito de os preparar para receberem os dez mandamentos, incluindo o quarto mandamento com orientações claras quanto à guarda do sábado.
Quarta-feira: Outro motivo para descansar
O mandamento do sábado em Êxodo começa com a palavra “lembra-te” e em Deuteronômio, já às margens da terra prometida, Deus usou a palavra “guarde”. Com isso Deus tinha em mente fazer com que os israelitas fizessem deste dia um marco de sua libertação do Egito, onde os seus ancestrais foram escravos. Creio que em meio as muitas razões que temos para observar o sábado, a nossa conversão, é um evento que deve ser comemorado a cada semana.
A nota da lição esclarece: “O Êxodo é visto como símbolo da libertação do pecado, ou seja, da redenção. Por isso, encontramos no sábado um símbolo tanto da criação como da redenção”. E conclui: “De maneira muito real, então, o sábado nos aponta para Jesus, nosso Criador e Redentor”.
É interessante que em Êxodo Deus pede para lembrarmos sempre do sábado e em Deuteronômio Ele pede para que guardemos este dia. O texto pode ser entendido como guardar no sentido de descansar e guardar no sentido de o sábado ser um presente especial que deve ser guardado com todo o cuidado para que ninguém nos roube.
Quando estes dois princípios são praticados o sábado se torna, como afirma Isaías, um dia “deleitoso”. E o profeta continua apresentando as bênçãos que repousarão sobre nós. Diz o texto: “Então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse” (Isaías 58:14).
Quinta-feira: Guardando o sábado
A palavra sábado em português tem seis letras, parece que uma para cada dia da semana. O sábado deve ser lembrado diariamente durante os seis dias da semana, para que no final dela estejamos em ordem para adentrarmos os seus portais certos de que estamos entrando em um oásis de bênçãos reservadas para nós.
Certa vez, quando estudava no antigo CAB (Colégio Adventista Brasileiro), hoje Unasp (Centro Universitário Adventista Engenheiro Coelho) Campus 1, ouvi um sermão feito pelo saudoso pastor Flávio Garcia. Na época ele era o regente do Coral Carlos Gomes e diretor do conservatório musical da instituição. Seu sermão tinha por título “Um instrumento de dez cordas” e tinha como texto base Salmos 92:3 onde lemos: “Sobre um instrumento de dez cordas e sobre o saltério; sobre a arpa com som solene”. No sermão ele enfatizou que o cristão faz dos Dez Mandamentos uma orquestra com dez instrumentos. Acrescentando, ele disse que o sábado não só é um dia de guarda, mas também uma oportunidade que temos, a cada seis dias, de estamos juntos com o Senhor para que Ele afine os nossos instrumentos.
Ainda ontem eu mencionei Isaías 58:13 e sempre ao falar sobre o sábado eu afirmo que, caso não tivéssemos na Bíblia um mandamento específico sobre o sábado e tivéssemos apenas os versos 13 e 14 do capítulo 58 de Isaías, seria suficiente para observarmos o sábado sem levantar qualquer questionamento. Observar o sábado é dever nosso, mas Deus em Seu infinito amor por nós faz dessa observância o dia mais feliz da semana. Guardar o sábado não é obrigação, mas uma grande bênção.
Sexta-feira: Estudo adicional
Quando eu trabalhava nas lavouras de abacaxi tinha um ritmo desgastante. O trabalho, às vezes feito debaixo de chuva o dia todo ou sob Sol escaldante era executado de uma maneira rápida contínua por dois motivos. A fruta madura tinha que ser colhida o mais rápido possível do contrário se perderia e, em segundo lugar, o trabalho se tornava em uma competição pois cada trabalhador se esforçava o máximo para que nenhum colega o superasse em produção. No final da semana eu estava todo quebrado e o sábado era aguardado com muito afã para uma pausa no tempo.
Um detalhe que não devemos esquecer: guardamos o sábado não para sermos salvos, mas porque fomos salvos. Veja que o sábado é o memorial da criação e ao mesmo tempo o memorial da redenção. Assim como Deus pediu para o povo de Israel guardar o sábado como lembrança do livramento do cativeiro egípcio, devemos observá-lo hoje com lembrança do nosso resgate do cativeiro do mundo.
Ellen White nos lembra de que “uma das razões pelas quais o Senhor libertou Israel da servidão do Egito foi para que o povo pudesse guardar o Seu santo sábado” (From Eternity Past, p. 549). Parece que Deus estava com saudades do seu relacionamento semanal com Seus filhos e para praticá-lo com o Seu povo sendo escavo no Egito seria impossível.
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